sábado, 9 de julho de 2016

Equipe da Seduc segue como refém de índios em Itaipava do Grajaú, MA


DO G1/MA                                                     

Há 15 dias, outra equipe foi impedida de realizar levantamento na aldeia. Órgão acredita haver diferença entre número informado e Censo Escolar.
                                                     

Funcionários de uma equipe da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) que entregava alimentação escolar indígena na aldeia Sibirino, no município deItaipava do Grajaú(MA), a cerca de 450 km de distância de São Luís, seguem reféns de índios na localidade. O governo do Maranhão oficiou aos órgãos competentes para que tomem as medidas cabíveis no sentido de garantir a liberação o mais breve possível da equipe.

Segundo afirma da Seduc, há 15 dias,outra equipe da secretaria, que realizava levantamento nas aldeias para confirmar o quantitativo de alunos para o transporte escolar indígena, também foi impedida de desenvolver suas atividades e mantida refém pelos índios. O levantamento estava sendo feito por haver inconsistências entre onúmero de alunos informado pelas lideranças e o Censo Escolar.

Em nota enviada aoG1, a Seduc afirma que ‘desde os primeiros dias da atual gestão do Governo do Maranhão foi estabelecido umdiálogo permanente com as lideranças indígenas, no sentido de assegurar os direitos e atender reivindicações antigas que deixaram de ser cumpridas por gestões anteriores’ e reitera que ‘mantém sua postura de diálogo com os povos indígenas no sentido de assegurar os direitos e encaminhar melhorias para a educação escolar indígena’.



Entre as medidas concretas em andamento, de acordo com a Seduc, estão:

- implementação do curso de Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena, com objetivo de formar e habilitar professores indígenas para atender às escolas de Ensino Médio e também de ensino fundamental que, embora sejam de competência legal dos municípios, ainda estão sob a gestão do governo;
- criação de um comitê intersetorial no âmbito do Estado para discutir e encaminhar melhorias; entrega de oito escolas reformadas nas aldeias, ressaltando que essas obras estavam paralisadas;
- aquisição de 12 mil kits pedagógicos e de materiais pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) do Ministério da Educação, para alunos e professores; kits de limpeza e de cozinha, além de material permanente.

Funcionários da Seduc reféns A equipe foi impedida de deixar aaldeia na noite desta quarta-feira (6). 
Em menos de um mês, essa é a segunda vez que técnicos da Seduc, no exercício de suas funções, são impedidos de desenvolverem suas atividades em prol da educação escolar indígena, nas aldeias. Segundo a secretaria, no último domingo (3),deslocou 29 equipes com a finalidade de realizar a entrega de gêneros alimentícios em 283 escolas indígenas, localizadas em 19 municípios.

Após a retenção coercitiva da equipe na aldeia Sibirino e ameaças de retenção de outra equipe que faria a entrega no município de Grajaú, a secretaria determinou a suspensão imediata dos serviços nessa localidade, o que acarretará prejuízos na alimentação escolar de 385 alunos indígenas de sete escolas.

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