sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Incêndio destrói casas e mata gado em Governador Luiz Rocha


Assentamento Boca da Mata foi uma das comunidades atingidas pelo fogo.



Os incêndios continuam castigando os municípios da região leste do estado do Maranhão. No assentamento Boca da Mata, uma comunidade com 40 famílias situada no município de Governador Luiz Rocha, a 439 km de São Luís, o fogo consumiu nesta semana casas e matou pelo menos 40 cabeças de gado.
O lavrador Jefferson Barbosa, um dos moradores do assentamento atingido pelas as chamas e um dos primeiros a perceber que o incêndio se aproximava, afirma que o fogo teve início em uma plantação e aumentou muito rápido.
“Fumaça subiu e fechou logo tudo. Nós fomos ver e corremos para o poço e aí já vimos as labaredas de fogo. Aí o fogo já vinha mesmo rápido. Só deu tempo de correr para cortar os colchetes do gado. Uns saíram tocando, outros correram para abrir as quintas perto do fogo, e outros foram só mesmo tentar salvar alguma coisa”, contou.
O incêndio destruiu uma área de aproximadamente 1000 hectares que servia para o cultivo de mandioca e pasto para o gado da região. De acordo com o também lavrador José Alves, o fogo matou pequenos animais, aves e até o gado que pastava. “O pasto verdinho e de uma hora para a outra o fogo apareceu e invadiu tudo. Todo mundo fugiu para não morrer. Acabou o capim todo e está só a cinza agora”.
Os moradores da Boca da Mata dizem que quando as chamas tiveram início e começaram a invadir as propriedades do assentamento a primeira atitude dos criadores foi cortar os arames das cercas e derrubar os morões para facilitar a fuga dos animais. Muitos conseguiram escapar e outros não. Teve criador que perdeu apenas um animal, teve outros que perderam mais de 15.
Pelas contas dos moradores, cerca de 40 bois e vacas morreram queimados, mas esse número pode subir ainda mais, porque muitos ficaram com queimaduras graves e talvez precisem ser sacrificados.
Altenor Macêdo, um dos moradores e lavradores mais antigos do assentamento está muito abalado e diz que nunca havia presenciado uma tragédia como essa no local.
“Isso nunca tinha acontecido. A gente aguenta porque aguenta mesmo. Nunca tinha acontecido uma tragédia dessa aqui. De queimar queimava, mas nunca tinha acontecido isso. Esse estrago maior do mundo. Os bichinhos brutos sofrendo agora aí. Além de a gente sofrer, eles sofrem mais do que a gente. O que a gente vai fazer agora com esses bichos sem ter onde botar para comer. Nós não podemos salvar eles. Eles vão morrer, vão morrer de fome. Tem a água, mas não tem o pasto”, finalizou.


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